Quando Vasco da Gama no caminho
para a Índia fez a sua primeira escala na costa oriental de África, atracou no
porto de Inhambane. Acolhido calorosamente pelos seus habitantes, ele não
hesitou em dar a essa baía o nome de Terra da boa gente. . .
Mais de 500 anos após a passagem
do navegador português a região ainda merece esse nome. A tradição de
acolhimento não desapareceu. Além de tudo, o visitante ainda pode aproveitar
com uma paisagem bela, decorada por um verdadeiro pomar de coqueiros.
Inhambane possui também áreas de
conservação de flora e fauna, nomeadas o Parque Nacional de Zinave que está no
projecto de integração no Grande Parque de Limpopo, o Parque Nacional de Bazaruto e a
Reserva de Pomene.
Inhambane é o principal polo
turístico de Moçambique. Todo o litoral, de Quissico até à província de Sofala,
é uma longa sequência de praias de área fina, dunas, extensos palmares, lagoas
e um mar azulíssimo e imaculado. Não foi por acaso que a universidade pública
moçambicana decidiu abrir na capital da província, há quatro anos, uma Escola
Superior em Hotelaria e Turismo.
Os investimentos no sector do
turismo na grande maioria Sul-africanos – têm-se traduzido numa forte pressão
sobre as formações dunares da costa, fato que tem desencadeado grandes
polémicas na região. Em certas zonas, a oferta hoteleira tem crescido muito
rapidamente e nem sempre é marcada pela preocupação com a qualidade e com os
princípios ecologicamente correctos.
Apesar da crescente qualidade dos
turistas, há locais menos acessíveis, mais afastados dos principais pontos
turísticos da região, cheios de dunas e cuja frequência só se nota nos fins de
semana ou na temporada alta. Mas mesmo assim, os mais de quinhentos quilómetros
de litoral conservam um elevado número de pequenas e belas praias para se
descobrir e encontrar-se.
Em outras palavras, as praias de
Inhambane não se esgotam no badalado arquipélago de Bazaruto e também não são
propriamente um segredo. No meio-termo entre as mais frequentadas e as mais
distantes das movimentações domingueiras, figura um dos locais “históricos” de
veraneio de Inhambane, a pouco mais de dez minutos da capital da província: a
praia do Tofo.
A ponta do Tofinho, muito rica e plâncton,
abriga quase todo o ano tubarões baleias.
Talvez daqui a alguns anos, não
muitos, certamente, o sossego do Tofo – e, eventualmente, de outras praias da
região – não sejam mais do que uma memória. Concretizado o projecto de uma
estrada que deverá ligar directamente a província de Mpumalanga, na África do
Sul, ao litoral moçambicano o aumento de turistas sul-africanos acabará por
induzir transformações profundas na paisagem e nas actividades económicas da
região.
Tofo é o melhor local para a
prática de mergulho em Moçambique, possui cerca de 20 locais de mergulho entre
5 e 45-50 minutos de barco.
A ponta de Tofinho, muito rica em
plâncton, abriga quase durante todo o ano tubarões baleias. Em boa época não é
raro ver 20 a 30 tubarões baleias num traje to de pouco menos de 30 metros que
vai até “Manta reef”, um dos locais de mergulho mais bonitos da área.